segunda-feira, 28 de junho de 2010

I Encontro Mineiro dos Estudantes Antimanicomiais

ENEM: o que é comodificado é mercadoria, Roberto Leher (FEUFRJ)


O ramo de negócios educacionais tem na avaliação estandardizada um dos seus principais filões. Não foi por outro motivo que, quando as corporações educacionais dos países hegemônicos reivindicaram na OMC a liberalização da educação, incluíram a abertura dos editais de avaliação padronizada à concorrência internacional[1].
A avaliação do ensino médio por meio do ENEM está inscrita na mercantilização da esfera educativa e as recentes fraudes no Exame, denunciadas pelo O Estado de São Paulo e, com mais detalhes, por outros jornais, estão intimamente associadas a essa comodificação: a avaliação foi deslocada da esfera educativa para a do dinheiro.  E esse movimento tem consequências.
Embora os Estados não possam tolerar determinadas ilegalidades, como é o caso óbvio da venda de provas (não resta dúvida de que para o MEC isso foi um desastre), a busca de lucros com a mercadoria avaliação inevitavelmente deixa brechas, pois, no circuito mercantil, as fronteiras entre o lícito e o ilícito são muito porosas e fluidas.
O serviço terceirizado de avaliação para ingresso na universidade (ENEM) tem origem nas empresas nutridas pela política de vestibulares da ditadura empresarial- militar, como é o caso, no Rio de Janeiro, da Fundação Cesgranrio. Como parte da concorrência pelo lucro, fundações de direito privado nascidas nas universidades públicas entraram no negócio. Os recentes acontecimentos envolvendo as fundações privadas na UnB, UFSP e pelo alentado relatório do TCU[2] atestam que, nelas, os negócios ilícitos não são uma rara excepcionalidade.
Cabe indagar: qual a legitimidade desses consórcios e empresas que se engalfinham por dinheiro para avaliar o conjunto da juventude que concluiu o ensino médio e que almejam prosseguir seus estudos? Nesse ambiente mercantil, muito provavelmente surgirão outros problemas no futuro, colocando o caráter público das universidades em jogo. São dezenas de milhões de Reais, concorrências duras, alianças e cisões entre grupos que operam essa capitalizada máquina de venda de serviços de avaliação.
O que mais surpreendente nas contradições do processo de comodificação da avaliação é que as próprias instituições públicas assimilaram que a avaliação é um serviço a ser subcontratado. A autonomia didático-cientí fica da universidade, assegurada pela Constituição, é tornada letra morta. É como se a experiência de luta das universidades públicas contra o vestibular unificado não tivesse ensinado que a avaliação é parte indissociável da autonomia universitária.
Não é fato que o vestibular das públicas é estritamente conteudista e o ENEM é uma prova que privilegia o “raciocínio”. Há muitos anos a UFRJ vem aperfeiçoando seus exames, combinando a imprescindível aferição do conhecimento científico, tecnológico, artístico e cultural com a apropriação da linguagem e com a capacidade operatória de aplicar o conhecimento na análise de problemas. A rigor, afirmar que na ciência, na arte e na cultura é possível raciocinar sem conceitos é um absurdo epistemológico.
O vestibular é um instrumento de seleção que somente tem sentido porque o direito à educação não é assegurado pelo Estado. O vestibular atual sequer assegura as vagas daqueles estudantes que foram aprovados nas provas (gerando os chamados excedentes que, em 1968, impulsionaram a rebeldia estudantil e que o vestibular unificado veio fazer desaparecer! ). Contudo, a seleção feita pelas próprias universidades, em âmbito estadual, tem o mérito de poder ampliar as interações das escolas de ensino básico com a universidade em cada estado, buscando maior congruência entre a universidade e as escolas, por meio de desejáveis articulações educacionais com a rede pública da educação básica.
As ditas provas de “raciocínio” do ENEM, a pretexto da democratização, vêm promovendo um rebaixamento da agenda de estudos que terá conseqüências muito negativas para a educação básica. É uma quimera afirmar que um exame rebaixado e nacional abre a universidade pública aos setores populares.  Como o exame é classificatório, não importa se o último ingressante teve nota 5, 6 ou 9. Este é um sistema que beneficia o mercado privado de educação: os estudantes que não lograram serem classificados nas públicas não terão outra alternativa que a de buscar uma instituição privada. E o MEC, reconhecendo a dita eficiência privada no fornecimento da mercadoriaeducação, prontamente se disponibiliza a repassar recursos públicos para incentivar as privadas a atender ao crescimento da deman da.
Ao contrário da publicidade oficial, o ENEM privilegia os estudantes de maior renda. Um estudante paulista que, apesar de elevada nota, não ingressou na faculdade de medicina da USP (dada a concorrência) , poderá, com os seus pontos, frequentar o mesmo curso em uma universidade pública em outro estado, desde que tenha recursos. A mobilidade estudantil pretendida somente favorece os que possuem renda para se deslocar, uma vez que as universidades não dispõem de moradias estudantis e políticas de assistência estudantil compatível com as necessidades.
O atual desmonte do ENEM pode ensejar um debate mais amplo e profundo sobre as formas de ingresso na universidade que permita a superação progressiva do vestibular. Experiências de ingresso a partir de políticas públicas de educação nas escolas públicas, considerando a situação econômica dos estudantes, podem ser um viés fecundo, um caminho para que a universalização do direito à educação seja de fato uma universalização em que caibam todos os rostos.


I Encontro Nacional de Estudantes Antimanicomiais


Em 30 de Setembro de 2009, duas mil e trezentas (2300) pessoas entre usuários, trabalhadores, militantes e estudantes, reuniram-se na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com música, dança, bonecos, cartazes e faixas defendendo as formas de tratamento que substituem o velho manicômio e permitem o convívio social aos portadores de sofrimento mental. A “Marcha dos Usuários por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial” fez acontecer o que parecia improvável: pessoas chamadas loucas, inválidas, com histórias de internações, se deslocaram para Brasília e foram recebidas pelo Planalto, em dez audiências em Ministérios, na Câmara e no Senado.
De invisíveis, como bem apontou Gilberto Carvalho, chefe do gabinete pessoal do Presidente da República que recebeu 35 manifestantes, os usuários da saúde mental conquistaram lugar de cidadãos.
Foram ouvidos, o governo deliberou com eles.  Marcharam organizadamente, apresentaram pautas precisas, conhecedores que são da situação real das políticas públicas a eles destinadas – ou das que precisam ser criadas, como é o caso das relacionadas à subsistência, renda e economia solidária.
Durante a Marcha a Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (RENILA) fez um chamamento aos estudantes para um debate sobre a Reforma Psiquiátrica Antimanicomial. Um número significativo de estudantes apresentou-se e deu início a discussões produtivas acerca do tema. Porém, tornou-se visível a necessidade de maiores discussões, reflexões e ações articuladas entre os diversos estudantes do país acerca da Saúde Mental e Luta antimanicomial. Algo inédito apresentava-se. Dessa forma, marcou-se uma reunião para dar início ao 1º Encontro Nacional de Estudantes Antimanicomias (ENEAMA). Essa reunião ocorreu nos dias 07 e 08 de Novembro de 2009 em Belo Horizonte/MG e contou com representantes de Belo Horizonte e de Porto Alegre. Nessa reunião, alguns pontos importantes do ENEAMA foram deliberados a fim de dar continuidade a esse movimento.
Um dos objetivos do ENEAMA deve ser o caráter de formação – a conjuntura atual da formação em saúde mental numa perspectiva antimanicomial. Foram realizadas estimativas locais nas duas cidades no mês de dezembro para que se averiguasse a viabilidade de realização nessas cidades. A partir disso, definiu-se que o I ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES ANTIMANICOMIAIS será no Rio Grande do Sul, nos dias 04, 05, 06 e 07 de Setembro de 2010.

Maiores informações: 

Contatos: 
Isabela (8438-3767)
Marina (8765-1269)









terça-feira, 22 de junho de 2010

VII Encontro Nacional de Estudantes de Fisioterapia - 2010


Tema: Precarização da educação: Fisioterapia em movimento por alternativas de transformação social.

 

Data: 17 à 25 de Julho de 2010 

Local: Vila Velha (ES)






O Encontro Nacional de Acadêmicos de Fisioterapia é um encontro realizado pela Executiva Nacional dos Estudantes de Fisioterapia (ENEFi) e se caracteriza como um espaço de encontro de culturas, de troca de saberes e formação política e principalmente de fortalecimento de laços para a construção do Movimento Estudantil de Fisioterapia no âmbito nacional.  O Encontro faz parte de um projeto de atividades planejadas pela ENEFi, entidade representativa dos estudantes de Fisioterapia, que se organiza há sete anos discutindo, construindo bandeiras e executando ações com o intuito de promover e contribuir com o processo de melhoras na sociedade brasileira.
Enquanto movimento estudantil universitário, a Executiva Nacional dos Estudantes de Fisioterapia- ENEFI- compreende a necessidade de resgatar o papel da universidade brasileira como geradora de conhecimento científico, e propagadora desse conhecimento produzido, já que o que se tem verificado é o afastamento desse conhecimento da realidade social do país, a conseqüente redução da aplicabilidade dele às reais necessidades da população e o apelo aos interesses meramente mercadológicos em detrimento de uma formação que garanta a promoção dos direitos conquistados na Constituição Federal de 1988. O Sistema de Saúde Brasileiro, por exemplo, que deveria ser objeto central de pesquisa dos estudantes e docentes em saúde, deixa de ser enxergado como um desafio em construção para ser um mero lócus promotor de ascensão social.
Diante deste cenário, é fundamental que o encontro se destine à  organização dos estudantes para um maior envolvimento político com a realidade social do povo brasileiro, construindo o Movimento Estudantil de Fisioterapia, resgatando o papel da universidade e dos estudantes como protagonistas, responsáveis por mudanças radicais no sistema societário de nosso país.
O VII ENAFISIO, por conta de seu cunho ideológico pautado pela transformação social, garante uma diversidade de temáticas que fazem parte das bandeiras de luta do Movimento Estudantil de Fisioterapia, mas também se aprofunda em temáticas de formação humana e política que garantem ao participante uma compreensão crítica e profunda da sociedade, do ser humano enquanto sujeito histórico e da fisioterapia como um todo. Pautado sobre a necessidade da mudança no perfil deste instrumento do movimento estudantil em luta, nos últimos anos, o encontro regional vem tendo como característica o resgate do poder dos estudantes enquanto protagonistas de mudanças na estrutura social vigente, junto a outros atores e movimentos sociais.

Os interessados em participar do Encontro mandem email para: 





Maiores infomações: 





Contato: CAFITO - Isabela (8438-3767)



domingo, 6 de junho de 2010

REUNIÃO COM OS REPRESENTANTES DE TURMA E RDOC's



A reunião será segunda-feira, dia 07/06/10, às 18h no CAFITO (em frente à Sinuca, perto da Cantina).

A ideia é que tenhamos uma maior articulação entre todas as turmas de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, de modo que as informações circulem entre nós. Dessa forma, a presença de pelo menos uma pessoa de cada turma é muito importante, pois queremos que seja feito o repasse do que vem sendo decidido nos Órgãos Colegiados da EEFFTO (Congregação, Colegiado, Departamento) além de outras atividades que estão acontecendo ou vão acontecer no prédio. Por isso, a presença dos RDOC´s é também muito importante e se estes acharem interessante podem levar as atas das reuniões.

Até lá,

CAFITO UFMG - Gestão "Porta Aberta"

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Foto do I Seminário do CAFITO "Ato médico em debate"

QUER GANHAR UMA CAIXA DE BOMBOM???

PARTICIPE DO CONCURSO DO LOGO DO CAFITO!!

Como não temos um logo que nos represente estamos fazendo esse Concurso para que tod@s contribuam!

E o melhor, o vencedor ganhará uma deliciosa caixa de bombom!

Então sejam criativos!!!!

Deixe sua idéia no CAFITO, debaixo da porta e mande ela no nosso email (cafitoufmg@gmail.com).

Receberemos as idéias até 09/06/10.

CAFITO- Gestão Porta Aberta